O laboratório é uma prática de escuta do desejo. Os participantes através de dispositivos clínicos e artísticos como: a escuta, a fala, a escrita, os sons, o movimento, cheiros, texturas do corpo trabalharão a percepção, acordarão o corpo e serão convidados a trocarem informações a respeito da fluição desses desejos no mundo, encontrando assim barreiras e possíveis mobilizações.
Trabalharemos o conhecimento dos afetos, a sustentação dos movimentos desejantes no território do acontecimento, pensaremos vias de bloqueio na vida e vias de fuga abrindo possibilidades de liberação desses aprisionamentos com estratégias individuais e coletivas para criar espaço para outras vidas em nós.
Se escutar é uma prática tão pouco aproveitada, perdemos a dimensão da escuta do nosso corpo, dos nossos movimentos e até das nossas necessidades. É tanto barulho do lado de fora que incorporamos também o barulho do lado de dentro (mesmo que esse dentro e fora sejam meras formalidades) Que espaços estamos habitando?
O laboratório é um convite aos sentidos, como estamos nos afetando pelo mundo, pelo cenário de vida, pelas escolhas e fluxos que estamos nos movendo? Fazer essa escuta, ser vidente de outros modos de existência, ser capaz de tocar o infinito...eis nosso empreendimento.
Acordar o corpo, aguçar a percepção, provocar o pensamento, fazer de nossas palavras mais doces um longo mantra, ritualizar os sons, catalizar palavras, decantar afetos, se alimentar de mundos, ver e ser visto pelo humano e não humano.
O que está bloqueando a vida que pulsa em seu corpo? O que dói e o que cura?
Estas são as perguntas que fecharão nosso encontro.
Como fazer da arte um campo de criação de outros mundos?